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A Miopia da “geringonça” madeirense

  • Foto do escritor: Visão Jovem
    Visão Jovem
  • 7 de mai. de 2018
  • 3 min de leitura


A falta de visão de longo prazo dos políticos que nos governam é uma realidade. A ânsia pelo curto prazo e pela eleição que está (constantemente) a chegar, leva ao devaneio de políticas públicas e à tendência pelo esquecimento de que depois deles vem uma geração que inevitavelmente ficará (uma vez mais) adiada!


A verdade de que o desemprego na Madeira tem vindo a registar um decréscimo considerável (1T 2015 = 15,8% | 4T 2017 = 8,9%), ao mesmo tempo que as contas públicas regionais começam a ganhar mais saúde (até contribuíram positivamente para o défice da república em 2017) é um sinal positivo estrutural para as gerações vindouras. Contudo, todo o político enche a boca com as medidas e/ou reformas estruturais que têm que ser implementadas para tornar o país ou região ou município mais desenvolvido e potenciar o crescimento de longo prazo, e nas medidas mais simples e que poderiam começar a mudar “o mundo” voltam a esquecer o longo prazo, refugiando-se nas tais medidas estruturais que nunca irão acontecer!


Senão vejamos: a oposição na Madeira reclama pelo i) ferry, pelo novo ii) hospital, pelo novo modelo do iii) subsídio de mobilidade, por tudo e mais alguma coisa que ainda não aconteceu...vaticinando que este governo regional não tem a capacidade de governar, sabendo bem que todos estes dossiers dependem maioritariamente do trabalho que for (ou não) desenvolvido pelo estado central. Curiosamente, é esta oposição regional que governa toda junta a nível nacional! Por isso, pergunto: como podemos ter um futuro melhor, quando é esta hipocrisia que pretende governar a Madeira a partir de 2019?!

Todos estes temas são importantes, sem dúvida, mas se não houver contribuição nacional os mesmos não poderão ser resolvidos ou terão de ser solucionados de outra forma. Como? Nós, os madeirenses assumirmos estes custos através do orçamento regional - isto é, através de mais impostos! Simples, não é? É isto que os madeirenses pretendem? Não me parece, mas é este o caminho que a tal oposição reclama! Por aqui, estamos conversados.


Agora vejamos, quando esta tal oposição se junta e se propõe a governar o que acontece: bolsas de estudo universitárias para todos os jovens munícipes do Funchal a partir deste ano. Desde que esta medida foi anunciada (na campanha autárquica) o que sabemos dela e da sua implementação?! pouco ou nada! Apenas a elaboração e discussão de um regulamento para “inglês ver” - e falando em Ingleses que foram os “fundadores” do turismo regional, vão ter que contribuir ainda mais com uma taxa turística (para financiar projetos ou campanhas?). Assim, e se refletirmos bem, qual o alcance estrutural desta medida? Cada euro investido neste programa, quanto vai gerar no futuro? Sou a favor de bolsas de estudo para quem precisa, porque a alternativa era esse estudante abandonar o seu ciclo de estudos...mas agora para todos os munícipes universitários do concelho, sem qualquer critério? Acham que faz sentido? Onde está o racional? Em lado nenhum! Por esta razão, e por não existir disponibilidade financeira no município, é que (talvez) deverá nascer a taxa turística (provocando perda imediata de competitividade no destino e logo quando o turismo dá sinais de estar a inverter o seu ciclo positivo), para “pagar” estes populismos baratos e que nada acrescentam ao futuro dos jovens.


Com este pequeno exemplo podemos demonstrar a falta de visão, o imediatismo e o irracional a que as políticas públicas podem chegar. Tem que ser a nossa geração a levantar a voz, a reivindicar e a desmascarar estes políticos que se refugiam, tal como já referido, nas reformas estruturais para não fazerem o que tem que ser feito hoje, através das pequenas medidas / decisões, para que o futuro seja mais próspero que o presente.


Se não agirmos, a nossa geração continuará certamente adiada!


Tomás Gonçalves

 
 
 

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