Gerações futuras
- Visão Jovem
- 5 de mar. de 2018
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Findos os estudos, os jovens madeirenses encontram um mercado de trabalho desapontante tanto a nível das oportunidades de emprego, bem como a nível da precariedade das condições laborais.
Em 2012, as estatísticas mostraram que o desemprego jovem atingiu taxas extremas, apontando para que houvessem dois desempregados em cada quatro jovens recém-formados.
Os últimos dados do INE, publicados em Fevereiro do presente ano, comprovam o que já vem sendo dito sobre o desemprego – baixou. Até podemos ir mais longe – é o valor mais baixo desde Dezembro de 2008.
Esta tendência começou em 2013 como resultado do crescimento do PIB através do algum investimento que vamos tendo (sobretudo privado) e, principalmente, devido à procura externa.
Até aqui, tudo boas notícias. Não obstante, não nos esqueçamos dos jovens.
A taxa de desemprego jovem, no mesmo período considerado, foi de 22,2%.
Este flagelo, que afeta principalmente as aspirações da nossa juventude, tem vindo a diminuir e, de facto, os dados já não são tão alarmantes como os de 2012. Todavia, continua demasiado alta, principalmente quando comparada com valores da zona. E pior, a taxa subiu de 22,7% para 24,2% entre Junho e Setembro – o que demonstra a falta de consistência nesta matéria.
Torna-se, portanto, evidente que a taxa de desemprego jovem é quase três vezes superior à taxa de desemprego global (8%) – o congelamento da maior parte dos programas do IEFP de apoio à contratação de pessoas veio acentuar ainda mais esta disparidade.
Um país como o nosso que precisa de aumentar a taxa de natalidade e que tende em manter um agravamento do envelhecimento demográfico, não pode continuar a verificar níveis tão altos de desemprego jovem, nem tão baixos níveis salariais no primeiro emprego.
Torna-se então fundamental que se fomentem políticas ativas na procura do primeiro emprego, uma vez que o desemprego jovem é um problema que afeta as gerações mais recentes, aquelas que mais capazes estão para enfrentar os problemas do mundo global.
Por outro lado, é também fundamental que a Região defina estratégias mais eficazes de combate ao abandono escolar e que possibilite a criação de mais cooperações entre as empresas madeirenses e as instituições de ensino, garantindo apoios à contratação laboral dos mais jovens.
Não obstante, não nos podemos esquecer dos jovens que arriscam criar o seu próprio negócio, representando cerca 18% da criação anual de emprego - o empreendedorismo jovem é também uma possível solução de combate a este problema - sendo necessários mais apoios à criação de novos negócios.
É hora de pensar nas gerações futuras.
Maria Beatriz Freitas
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